Edição de Lançamento

Editorial Especial de Lançamento

CAROS LEITORES

     Este é um momento singular na história da Academia Mourãoense de Letras – AML, o lançamento da sua primeira revista digital.

     A AML é uma instituição literária que tem como finalidades preservar, cultivar e divulgar a Língua Portuguesa, bem como a sua literatura. Para atingir suas finalidades, pode valer-se de vários meios, como concursos, projetos junto às escolas, dentre outros.

     Nos últimos anos, a Academia ampliou seu relacionamento com o público externo por meio das redes sociais, que exigem uma linguagem rápida para consumo imediato.

     Atenta à tendência da utilização dos meios digitais, porém pensando em uma produção menos efêmera e mais profunda, a AML criou uma revista digital.

     A criação dessa revista digital permitirá contribuir mais efetivamente para a produção e divulgação dos textos dos seus acadêmicos e eventuais convidados de outras instituições congêneres.

     Convidamos vocês a acessarem e conhecerem nossas seções.

     Iniciamos com uma entrevista, Aspectos Históricos, Atualidades e Perspectivas da AML, realizada pela acadêmica Dalva Helena de Medeiros com Sinclair Pozza Casemiro, uma das idealizadoras e fundadoras da AML, objetivando preservar e divulgar a história da criação da Academia, o contexto histórico e cultural que propiciou sua concepção, a trajetória de vinte anos da instituição e as suas perspectivas futuras.

     Na sequência, na página 27, trazemos a seção de Artigos Científicos, a qual nos presenteia com os textos, O preconceito racial, a ciência e o dia da consciência negra, de autoria de Dirce Bortotti Salvadori e Judeus na Babilônia, escrito por Leandro Moreira. O primeiro, trata de questões atuais, trazendo suas raízes históricas, propiciando dessa forma, a ampliação e aprofundamento sobre a temática do preconceito racial; e o segundo, por meio de textos bíblicos e científicos, busca compreender a questão judaica situada no local e tempo histórico em que ocorreu, bem como, intenta entender como a língua, a cultura e o Código da Aliança influenciaram na transformação da identidade desse povo, preparando o terreno para a chegada de Cristo.

     Por meio do Discurso de Posse, na página 44, Maurício Menon nos faz viajar simultaneamente pela sua história de vida, permeada pelo desenvolvimento do gosto e paixão pela literatura, bem como nos fala como textos e personagens de grandes escritores tocaram sua vida. É um genuíno convite à leitura e aprofundamento da literatura!

     Na página 55, dedicada a ensaios, Edcléia Basso, por meio do texto A formação humanizadora pela literatura nas séries iniciais, nos leva a compreender o valor da literatura na formação das crianças, assunto pertinente sempre para os professores e pais que prezam pelo desenvolvimento humano. Acrescenta-se à literatura um valor especial no período pós-pandêmico, quando as atenções se voltam para as formas de superação das dificuldades de apropriação da Língua Portuguesa pelos estudantes.

     Na página 62, a emoção e a sensibilidade permeiam as Poesias de seis poetas da AML: Arléto Rocha, Fábio Sexugi, Gilmar Cardoso, Gilson Góis, Silvania Costa e Sílvia Fernandes. Todos escritores conhecidos nacionalmente pelas suas publicações.
Resenhas de livros de autoria dos acadêmicos da AML poderão ser apreciadas na página 73. Nessa edição, poderão conhecer as resenhas das obras: Um Dia Normal, livro de poesias de autoria de Marlene Kohts e Uma Escola – muitas histórias, cuja autora, Nelci Veiga Mello, relata a história de uma escola que utilizava o Método Paulo Freire nos anos 60 em Campo Mourão.

     Viagens podem ser momentos inspiradores e a eles se alia a oportunidade de conhecer novos lugares e culturas. Na seção Relatos de Viagens, na página 79, os leitores poderão “viajar”, sentados confortavelmente em suas poltronas, por meio dos textos Desafios de Ester Piacentini e Viagem Surpreendente de Giselta Veiga.

     Conhecer a história do lugar onde vivemos e das nossas instituições amplia nossa cultura e pode nos mover a sermos sujeitos proativos. As acadêmicas Maria Joana Calderari e Sinclair Pozza Casemiro nos apresentam ricos elementos históricos sobre Campo Mourão, e igualmente sobre a AML, na página 85, Relatos Históricos.

     Por meio do texto O Barqueiro, na página 91, Contos, o acadêmico Helder Martinez convida o leitor a dar uma moeda para o barqueiro e viajar em reflexões interiores sobre o nosso destino.

     O Artigo de Opinião, página 93, de autoria de João Lara, se propõe a contribuir para O conhecimento de si mesmo, na perspectiva da Psicologia Gnóstica.

     O acadêmico e jornalista Sid Sauer registrou e traz a público na página 98, alguns eventos comemorativos dos 20 anos de existência da Academia Mourãoense de Letras, na última seção, Eventos da Academia Mourãoense de Letras.

     Do ponto de vista da AML, a revista, por meio de textos qualificados, amplia a interação e diálogo com o público, propiciando que se conheça a produção literária dos seus acadêmicos ao mesmo tempo em que contempla as suas finalidades, já especificadas, relativas à Língua Portuguesa e à literatura. A publicação, que terá periodicidade semestral, atuará como um dos instrumentos de mediação com a comunidade e de divulgação da produção acadêmica.

     O movimento da Academia Mourãoense de Letras ao criar a sua primeira revista, no formato online, com acesso gratuito, pretende somar esforços para a disseminação da cultura e da literatura, em especial, já que no Brasil o acesso à cultura ainda é escasso..

     O poeta e crítico literário Ezra Pound afirma, “Literatura é a linguagem carregada de significado.” Conhecer a literatura local, nacional, internacional, pode contribuir para a humanização.

     Os versos de Leminski na poesia Narciso nos levam também a refletir:

[…] o outro
que há em mim
é você
e você

assim como
eu estou em você
eu estou nele
em nós
e só quando
estamos em nós
estamos em paz
mesmo que estejamos a sós

     Nós nos constituímos na cultura, na apropriação do conhecimento já produzido e dessa forma, mesmo quando estivermos sós, estamos em nós.

     A língua portuguesa e as literaturas brasileira e internacional não são propriedade de uma elite, não podem ser restritas a uma elite. Elas pertencem ao povo e iniciativas de ampliar o acesso à cultura possibilitam o desenvolvimento individual e social.

Comissão Editorial
Da Primeira Edição
Da primeira Revista Digital